AUTORES EM PSICANÁLISE
Psicanalistas, escritores, médicos, filósofos, pacientes etc. e suas contribuições para o campo psicanalítico.
(Esta é uma lista colaborativa - para correções, complementos e sugestões de autores entre em contato.)
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BOVET, MAURICE
(França*1911+1960) Psiquiatra e Psicanalista. Foi analisando de Georges Parcheminey. “resistência na transferência e resistência à transferência”, “a cura padrão”, “despersonalização na relação de objeto”.
RICŒUR, JEAN PAUL GUSTAVE
(França*1913+2005) Filósofo, historiador. Desenvolveu uma metodologia própria de interpretação a partir das influências da fenomenologia e da hermenêutica. Foi professor das Universidades de Strasbourg, Sorbonne, Chicago e também administrou Nanterre. Os textos de Freud constituíram um de seus temas de investigação hermenêutica. “hermenêutica da suspeita”, “filosofia da linguagem”, “antropologia filosófica”, “simbolismo do mal”, “metáfora”.
VIDERMAN, SERGE
(Romênia/França*1916+1991) Psiquiatra, filósofo e psicanalista. Foi analisando de Sacha Nacht. “espaço analítico”.
ABRAHAM, NICOLAS
(Hungria/França*1919+1975) Filósofo e psicanalista, mudou-se para a França fugindo da invasão nazista. Seus trabalhos possuem uma forte de influência de Husserl, e estão em constante diálogo com Ferenczi. Trabalhou em conjunto com sua esposa Maria Török. Foi analisando de Béla Grunberger. “inclusão parasita”, “incorporação”, “trauma”, “fantasma”, “cripta”, “arquê”.
MCDOUGALL, JOYCE
(Nova Zelândia/Inglaterra/ França*1920+2011) Psicóloga e psicanalista. Participou do Mind and Life Institute, do Dalai Lama. Trabalhou com independência entre os grupos anna-freudianos, kleinianos e Middle Group; na França, também circulou entre SPP e seminários de Lacan. Foi analisanda de John Patt, Marc Schlumberger, Michel Renard e Maurice Bovet. “psicossomática”, “neo-sexualidade”, “bissexualidade”, “normopatia”, “esquizofrenia infantil”, “metáfora teatral”.
BARANGER, MADELEINE
(França/Argentina*1920+2017) Formada em letras, psicanalista. Teve um papel fundante para a Associação Psicanalítica do Uruguai, da qual foi também diretora. Seu trabalho sobre campo, junto com Willy, foi uma das bases para o modelo mais contemporâneo da psicanálise. “a situação psicanalítica como campo dinâmico”, “fantasia bipessoal”, “figurabilidade”, “baluarte”, “parasitação”, “segunda mirada”.
M’UZAN, MICHEL ÉMILE DE
(França*1921+2018) Neuropsiquiatra e psicanalista francês, membro fundador da Escola de Psicossomática de Paris (IPSO), com Pierre Marty. Foi amigo de Antonin Artaud. Fez sua análise com Maurice Bouvet. “quimeras” (algo próximo ao terceiro analítico, mas em termos da dualidade mista criando uma nova figura), “pensamento paradoxal” (a mente do analista sendo operada pelo paciente), “boca do inconsciente” (receptividade ics), “gêmeo parafrênico”.
BARANGER, WILLY
(Argélia/França/Argentina*1922+1994) Filósofo, psicanalista. Teve um papel fundante para a Associação Psicanalítica do Uruguai. Seu trabalho sobre campo, junto com Madeleine, foi uma das bases para o modelo mais contemporâneo da psicanálise. Foi analisando de Enrique Pichon-Rivière. “validação epistemológica própria da psicanálise”, “a situação psicanalítica como campo dinâmico”, “fantasia bipessoal”, “figurabilidade”, “baluarte”.
CASTORIÁDIS, CORNELIUS
(Constantinopla/Grécia/França*1922+1997) Filósofo, pensador político, psicanalista. Participou ativamente de grupos comunistas na Grécia, inclusive durante a ocupação nazista. Escreveu sobre economia (trabalhou para a OECD), em sua perspectiva de um socialismo crítico à União Soviética, e também sobre filosofia política, sempre com a marca de uma ampla formação intelectual. Fundou, com Claude Lefort, o grupo “Socialismo ou barbárie”. Foi gradualmente atraído para a psicanálise, buscando depois também uma formação, fora do grupo lacaniano. Eventualmente também passou a trabalhar no consultório. Foi Diretor de estudos da École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS). Foi analisando de Irène Roubleff e Michel Renard. “autonomia política”, “a instituição imaginária da sociedade”, “magma das significações sociais”.
AULAGNIER, PIERA
(Itália/França*1923+1990) Psiquiatra, psicanalista. Foi aluna e analisanda de Jacques Lacan, a quem seguiu quando de sua cisão com a SPP. Afasta-se de Lacan, contudo, por discordância quanto à institucionalização do “passe”, na formação dos analistas. Fundou o “Quarto Grupo” francês, juntamente com François Perrier, Jean-Paul Valabrega, Cornelius Castoriadis e outros. “pictograma”, “violência da interpretação”, “originário, primário e secundário”, “pensamento delirante primário”.
MANNONI, MAUD
(Bélgica/França*1923+1998) Psicóloga e psicanalista, estudou inicialmente criminologia. Teve um importante papel na discussão anti-manicomial, sendo a fundadora da escola experimental para crianças autistas e psicóticas Bonneuil-sur-Marne. Aproximou as teorias de Lacan e Winnicott. Foi analisanda de Maurice Dugautiez e Jacques Lacan. “discurso pleno/vazio”.
ANZIEU, DIDIER
(França*1923+1999) Filósofo e psicanalista. Interessou-se por psicanálise de grupo e psicodrama, e especializou-se no teste de Rorschach. Fez análise com Jacques Lacan (com quem rompeu ao descobrir que ele tinha sido analista de sua mãe), e depois com Georges Favez. “significantes formais”, “eu-pele”, “psicanálise de grupo”.
LAPLANCHE, JEAN
(França*1924+2012) Filósofo, médico e psicanalista. Seguindo sugestão de Lacan, estudou medicina antes de sua formação psicanalítica, realizando uma tese. Estudou com Jean Hyppolite, Gaston Bachelard e Maurice Merleau-Ponty. Participou da resistência francesa. Foi um dos fundadores da Associação Psicanalítica da França. Foi analisando de Jacques Lacan. “teoria da sedução generalizada”, “significantes enigmáticos”.
PONTALIS, JEAN-BERTRAND
(França*1924+2013) Filósofo, psicanalista e romancista. Foi aluno de Jean-Paul Sartre, e colaborador da revista Le Temps Modernes. Foi um dos fundadores da Associação Psicanalítica da França. Foi analisando de Jacques Lacan. “autografia”.
TÖRÖK, MÁRIA
(Hungria/França/EUA*1925+1998) Psicóloga, psicanalista. Trabalhou em conjunto com seu marido Nicholas Abraham. Criticou a dificuldade interna das instituições psicanalíticas em lidarem com novos pensamentos. “crítica ao conceito de inveja do pênis”, “trauma”, “incorporação”, “fantasma transgeracional”, “cripta”, “fantasia do cadáver saboroso”.
FANON, FRANZ OMAR
(Martinica/França/Tunísia*1925+1961) Psiquiatra, filósofo político e psicanalista, teve um papel fundamental para o pensamento de libertação colonial. Apoiou a luta de independência da Argélia do domínio francês, tendo se filiado ao Front de Libération Nationale, em ações ligadas à saúde pública no contexto de liberação colonial. Foi aluno de Merleau-Ponty e François Tosquelles, sendo bastante influenciado por Jean-Paul Sartre. Seu trabalho teve também influência importante para o Partido dos Pantegras Negras, nos Estados Unidos. “psicologia da colonização”, “descolonização”, “marxismo”, “práticas emancipatórias”, “branquitude”, “novo humanismo”.
FOUCAULT, MICHEL
(França*1926+1984) Filósofo, historiador das ideias, crítico literário e importante nome na luta pelos direitos humanos. Professor do Collège de France, foi um dos principais intelectuais do século XX. Examinou as estruturas de poder e sua história, sendo um interlocutor fundamental ao pensamento em diversas áreas das ciências humanas. Foi um interlocutor importante para a psiquiatria e a psicanálise. “arqueologia do conhecimento”, “história da sexualidade”, “crítica ao sistema carcerário”, “processos de subjetivação”, “instituições disciplinares”.
LE GUEN, CLAUDE
(França*1927+2022) Psiquiatra, psicanalista, foi membro da SPP, tendo um papel ativo na transmissão e formação de analistas. Foi diretor da Revue Française de Psychanalyse, e escreveu um dicionário dos conceitos freudianos. ”Édipo original”.
GREEN, ANDRÉ
(Egito/França*1927+2012) Psiquiatra, psicanalista, foi presidente da SPP e vice-presidente da IPA. Foi aluno de Lacan, mas se afastou deste pela crítica do afastamento dos afetos em seu pensamento. Sua obra se caracteriza por um pensamento independente e de temática ampla. Foi analisando de Maurice Bovet, Jean Mallet e Catherine Parat. “pós-escolas”, “processos terciários”, “trabalho do negativo”, “irrepresentável”, “posição fóbica central”, “mãe morta”, “estrutura enquadrante”.
CHASSEGUET-SMIRGEL, JANINE
(França*1928+2006) Psicóloga, psicanalista. Foi presidente da Sociedade Psicanalítica de Paris, e vice-presidente da IPA. Junto com Béla Grunberger, com quem era casada, escreveu sob pseudônimo um livro crítico à esquerda do maio de 68, L'univers contestationnaire, o que depois foi motivo para trocas de farpas com Lacan. O livro foi também citado no Anti-Œdipus por Deleuze e Guattari. “narcisismo primário”, “ideal do Eu”, “crítica à ideologia utópica”, “sexualidade feminina”.