AUTORES EM PSICANÁLISE
Psicanalistas, escritores, médicos, filósofos, pacientes etc. e suas contribuições para o campo psicanalítico.
(Esta é uma lista colaborativa - para correções, complementos e sugestões de autores entre em contato.)
África do Sul Alemanha Argélia Argentina Austrália Áustria Bélgica Brasil Bulgária Canadá Chile Constantinopla Croácia Egito Escócia Eslováquia Espanha EUA França Galícia Grécia Holanda Hungria Índia Inglaterra Itália Japão México Nova Zelândia País de Gales Palestina Paquistão Polônia República Tcheca Romênia Rússia Suíça Ucrânia
RIE, OSCAR
(Áustria*1863+1931) Pediatra dos filhos de Freud e amigo da família, era casado com Melanie, irmã da esposa de Fliess, Ida. Aparece associado à figura de “Otto”, no sonho da injeção de Irma. Foi assistente de Freud (1886 a 1896) na Clínica Kassovitz, e publicou um trabalho com ele em 1891: “Um estudo clínico da paralisia cerebral em crianças”. Participou das reuniões das quartas-feiras, e fez parte da Sociedade Psicanalítica de Viena.
ROCHA, FRANCISCO FRANCO DA
(Brasil*1864+1933) Psiquiatra. Foi um dos pioneiros na introdução de conceitos psicanalíticos no meio psiquiátrico brasileiro. Foi o idealizador e fundador do Hospital Psiquiátrico de Juqueri (originalmente Asilo de Alienados do Juqueri), um dos maiores da América Latina, com concepções mais modernas de tratamento. Apesar disso, também compartilhou do ideário eugenista de Francis Galton, que gozava de algum prestígio naquele momento no meio médico. Auxiliou Durval Marcondes na fundação da Sociedade de Psicanálise de São Paulo, da qual foi também primeiro presidente. Foi o primeiro professor de neuropsiquiatria da Faculdade de Medicina de São Paulo. “pansexualismo”, “delírio”, “terapia laboral”.
ROLLAND, ROMAIN
(França*1866+1944) Escritor, historiador da arte e notório pacifista, ganhou o prêmio Nobel de literatura em 1915. Foi um correspondente e amigo de Freud até a morte deste. Nesta correspondência sugeriu a Freud a ideia de um “sentimento oceânico”, utilizada no “Futuro de uma ilusão” e em “O mal estar na civilização”.
RIVIERE, JOAN HODGSON
(Inglaterra*1883+1962) Psicanalista, uma das primeiras e melhores tradutoras de Freud para a Standard Edition, e muitos anos do International Journal. Após conhecer Klein, tornou-se uma apoiadora importante, auxiliando também em sua escrita. Foi referência em alguns setores do movimento feminista. Foi analisanda de Ernst Jones, após um episódio de internação, e depois também de Freud. “reação terapêutica negativa” (que escreveu a partir de sua própria experiência como analisanda; também foi a paciente que levou Freud a descrever o conceito), “inveja da cena primária”.
RANK, OTTO
(Áustria/França/EUA*1884+1939) Autodidata e técnico em mecânica, foi incentivado por Freud a terminar o ensino médio e fazer curso superior. Formou-se em filosofia, desenvolveu tese em literatura, tornando-se depois psicanalista. Foi o primeiro secretário, a convite de Freud, para as reuniões das quartas-feiras. Uma das figuras próximas e duradouras ao lado de Freud, teve um importante papel editorial para a psicanálise, com a Imago. Seu livro sobre o “trauma do nascimento” levou ao rompimento com a IPA, pelo que ficou marcado como uma exclusão da figura paterna da teoria. Ao fim da vida passa a dividir o tempo entre França e EUA, como terapeuta e conferencista nas principais universidades. Defendia a formação analítica para homossexuais. Não passou por uma análise. “nascimento do herói”, “duplo”, “ansiedade de separação”, “trauma do nascimento”, “pré-edípico”, “aqui e agora”.
RORSCHAC, HERMANN
(Suíça*1884+1922) Psiquiatra, psicanalista. Criou o teste projetivo que ficou conhecido com seu nome. Foi orientado por Bleuler, em Burghölzli. Juntamente com Binswanger, fundou a Sociedade Psicanalítica de Zurique. Faleceu precocemente de uma peritonite. “teste de Rorschac”.
REIK, THEODOR
(Alemanha/EUA*1888+1969) Psicólogo e Psicanalista, seus estudos e formação contaram com a ajuda pessoal de Freud. Em Viena, foi um dos pivôs da polêmica sobre a “análise leiga”, proibida por decreto em 1925, sendo no ano seguinte processado por um ex-paciente. Já nos EUA, foi figura fundamental na flexibilização do monopólio médico, e os institutos de formação passaram a aceitar psicólogos e assistentes sociais. Foi analisando de Karl Abraham. “surpresa”, “escuta analítica”, “terceiro ouvido”.
RADÓ, SÁNDOR
(Hungria/EUA*1890+1972) Médico, psicanalista. Foi um teórico conhecido por sua clareza e concisão nos escritos. Já nos EUA, sofreu certo isolamento, até por fim chegar a uma cisão institucional. Afastou-se do modelo pulsional e aproximou-se da psicologia do Ego. Foi também criticado por criar um excesso de neologismos para termos consagrados. Foi analisando de Karl Abraham. Escreveu sobre importantes trabalhos sobre melancolia e adição. “tipo esquizoide”.
ROSS, HELEN
(EUA*1890+1978) Psicanalista, educadora e administradora. Próxima a Anna Freud, foi figura fundamental para a criação da Hampstead Clinic. Foi porta-voz da psicanálise em meios de divulgação leigos. Foi analisanda de Helene Deutsch.
RICKMAN, JOHN
(Inglaterra*1891+1951) Médico e notório pacifista no contexto da guerra, cresceu em um ambiente Quaker, marcado pela igualdade entre os sexos, justiça social e não-violência. Foi figura central na aproximação da Sociedade Psicanalítica Britânica da Clínica Tavistock. Foi analisando de Freud, Ferenczi, e finalmente de Melanie Klein. “comunidades terapêuticas”, “psicologia social”.
REICH, WILHELM
(Áustria/EUA*1897+1957) Médico, psicanalista. Seu trabalho deu origem a uma série de terapias corporais (Gestalt terapia, análise bioenergética etc.). Procurou aproximar psicanálise e marxismo, e pensava que o psicanalista deveria atuar também na cultura, profilaticamente. Foi uma referência importante para a geração de maio de 68. Tornou-se gradualmente uma figura proscrita dos meios psicanalíticos, e seguiu um caminho bastante controverso mais ao final da vida, nos EUA. Foi analisando de Isidor Sadger e depois Paul Federn. “a função do orgasmo”, “fascismo e psicologia de massa”, “caráter”, “couraça”, “vegetoterapia”, “orgônio”, “revolução sexual”.
REICH RUBINSTEIN, ANNIE
(Áustria/Hungria/EUA*1902+1971) Médica, psicanalista. Nascida “Annie Pink”, foi analisanda de Wilhelm Reich, que interrompeu o atendimento após seis meses para que se casassem; continuou sua análise com Hermann Nunberg e depois com Anna Freud. Seu trabalho é considerado uma ponte entre a psicologia do Ego e a psicologia do Self. “submissão sexual”, “desejo narcísico”, “ferida narcísica”, “o grotesco”.
ROSENFELD, HERBERT ALEXANDER
(Alemanha/Inglaterra*1910+1986) Médico, psicanalista. Importante figura no grupo kleiniano, produziu estudos importantes no tema da psicose e da identificação projetiva. Foi analisando de Melanie Klein. “confusão (como um estado entre integração e cisão)”, “despersonalização”, “narcisismo destrutivo”, “impasse”, “estados psicóticos”.
RACKER, HEINRICH
(Polônia/Áustria/Argentina*1910+1961) Músico, psicólogo, psicanalista. Com o advento da primeira guerra, sua família se mudou para a Áustria, onde permaneceu até a invasão nazista. Em 1948 publica um seminal trabalho, “Observações sobre a contratransferência como instrumento técnico”. Foi analisando de Jeanne Lampl-de-Groot, Ángel Garma e depois Marie Langer. “transferência-contratransferência”, “ética e psicanálise”.
RAPAPORT, DAVID A.
(Hungria/EUA*1911+1960) Matemático, psicólogo e psicanalista. Também fez uma formação como educador Montessori. No contexto da perseguição aos judeus, emigrou para os Estados Unidos com sua família. Teve contribuições importantes e originais para os testes psicológicos. Era também conhecido por um profundo conhecimento da metapsicologia, e seu trabalho A estrutura da teoria psicanalítica (1960) é um marco na psicologia do Ego norte-americana. Aproximou a psicanálise à psicologia de Piaget, à etologia e aos estudos experimentais. “autonomia do Ego”, “estados da consciência”.
RICŒUR, JEAN PAUL GUSTAVE
(França*1913+2005) Filósofo, historiador. Desenvolveu uma metodologia própria de interpretação a partir das influências da fenomenologia e da hermenêutica. Foi professor das Universidades de Strasbourg, Sorbonne, Chicago e também administrou Nanterre. Os textos de Freud constituíram um de seus temas de investigação hermenêutica. “hermenêutica da suspeita”, “filosofia da linguagem”, “antropologia filosófica”, “simbolismo do mal”, “metáfora”.
RANGELL, LEO
(EUA*1913+2011) Psiquiatra, psicanalista. Foi presidente da IPA e da APsaA. Procurou fazer uma síntese dos pensamentos de Adler, Sullivan, Klein, Kohut e Reich. Escreveu também um clássico artigo sobre a fobia de uma boneca. “livre arbítrio”.
ROUSSILLON, RENÉ
(França*1947) Psicólogo, psicanalista. Realiza um importante trabalho de ligação da psicanálise ao meio acadêmico, fazendo diálogo com campos diversos do pensamento contemporâneo clínico. “agonias”, “dependência primária”, “simbolização”, “função limite”, “transferência paradoxal”.
REIS, BRUCE E.
(EUA*) Psicólogo e psicanalista, interlocutor da psicanálise relacional nos EUA, escreveu um importante artigo sobre Ogden, apontando as limitações da dialética hegeliana, e introduzindo Merleau-Ponty na discussão daquele autor (“Thomas Ogden’s phenomenological turn” 1999). “monstro analítico”.