AUTORES EM PSICANÁLISE
Psicanalistas, escritores, médicos, filósofos, pacientes etc. e suas contribuições para o campo psicanalítico.
(Esta é uma lista colaborativa - para correções, complementos e sugestões de autores entre em contato.)
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EITINGON, MAX
(Rússia/Palestina*1881+1943) Psiquiatra (formado na suíça com Bleuler), psicanalista, depois torna-se um dos amigos mais chegados a Freud (residiu em Viena de 1909 a 1932). Fundou com Karl Abraham a Policlínica Psicanalítica de Berlin, em 1920. Único do grupo com recursos de família, foi fundamental para a Internationaler Psychoanalytischer Verlag. Fundou a Sociedade Psicanalítica da Palestina e o Instituto Psicanalítico de Israel. Foi também presidente da IPA. Fez uma análise peripatética de alguns dias com Freud na ocasião em que se conheceram, e que se estendeu por cinco semanas; depois, um tratamento com Georg Groddeck. “modelo Eitingon de análise didática” (desenvolvido desde a Policlínica).

GLOVER, JAMES
(Inglaterra*1882+1926) Médico, psicanalista. Irmão de Edward Glover, mais velho uns anos, morreu precocemente de diabetes. Atuou como cirurgião no Brasil por dez anos. Participou da Clínica Médico-Psicológica de Brunswick, fundada por Julia Turner e Jessie Murray. Foi responsável pela transição da International Library of Psychoanalysis para a Hogarth Press. Foi analisando brevemente de Julia Turner, e depois de Karl Abraham.

BONAPARTE, PRINCESA MARIE
(França*1882+1962) “Princesa George da Grécia e Dinamarca”, por casamento, era bisneta de Napoleão. Psicanalista, estudiosa de Edgar Allan Poe, amiga próxima de Freud, foi fundamental para que Freud conseguisse sair da Alemanha, e também para salvaguardar a correspondência Freud-Fliess. Buscou a psicanálise por uma questão de frigidez, que se transformou em uma pesquisa e interesse (a qual publicou com o pseudônimo de A. E. Narjani). Entediada na coroação de Elizabeth II, teve uma conversa psicanalítica com o futuro presidente francês, François Mitterrand. Foi analisanda de Freud, e foi para ela que ele formulou a famosa pergunta retórica, “O que quer uma mulher?”. “sexualidade feminina”

KLEIN, MELANIE
(Alemanha/Inglaterra*1882+1960) Por dificuldades financeiras, não pôde dar início a estudos em medicina. Iniciou Arte e História, mas não concluiu. Sofreu muitas críticas na Alemanha pela defesa da análise com crianças. É considerada uma das fundadoras da teoria das relações de objeto. Foi analisanda de Sándor Ferenczi, por recorrente depressão; depois, com Karl Abraham. “psicanálise de crianças”, “brincar no lugar da associação livre”, “Édipo primitivo”, “posições esquizo-paranoide e depressiva”, “identificação projetiva”, “fantasias inconscientes”, “inveja”, “amor e ódio como expressões da pulsão de vida e de morte”, “estados maníaco-depressivos”.

SIMMEL, ERNST
(Alemanha/EUA*1882+1947) Neurologista e psicanalista. É considerado pioneiro em medicina social, tendo um papel importante no Instituto Psicanalítico de Berlin, com Abraham e Eitingon. Durante a primeira grande guerra, aplicou por conta própria técnicas psicanalíticas no hospital de Posen, para pacientes com neurose de guerra. Seu trabalho chamou a atenção de Freud, que o cita em Psicologia de Grupos e Análise do Eu. Participou de uma importante publicação sobre antissemitismo com outros intelectuais da crítica socialista. Foi analisando de Karl Abraham. “neuroses de guerra”, “adição a jogos”, “introjetos”, “pulsão de morte”, “alcoolismo”.

DORA (BAUER, IDA)
(Áustria/EUA*1882+1945) Paciente de Freud de outubro a dezembro 1900, é considerada o caso inaugural na recém estabelecida psicanálise, seguindo de perto os achados na Interpretação dos Sonhos. Ou seja, um tratamento da histeria que se destaca de vez dos procedimentos da hipnose e do método catártico. É um dos casos clínicos mais comentados desde sua publicação. Retoma depois um atendimento pontual com Felix Deutsch.

RIVIERE, JOAN HODGSON
(Inglaterra*1883+1962) Psicanalista, uma das primeiras e melhores tradutoras de Freud para a Standard Edition, e muitos anos do International Journal. Após conhecer Klein, tornou-se uma apoiadora importante, auxiliando também em sua escrita. Foi referência em alguns setores do movimento feminista. Foi analisanda de Ernst Jones, após um episódio de internação, e depois também de Freud. “reação terapêutica negativa” (que escreveu a partir de sua própria experiência como analisanda; também foi a paciente que levou Freud a descrever o conceito), “inveja da cena primária”.

FRINK, HORACE WESTLAKE
(EUA*1883+1936) Médico e psicanalista estadunidense, estudou com Freud e contou com seu apoio no escândalo do casamento com sua paciente. Era tido por Freud como o único analista norte-americano em quem via algum futuro promissor. Por fim sua psicose lhe impediu de continuar trabalhando, seu segundo casamento não obteve sucesso, e terminou sua vida dez anos depois, no Chapel Hill Mental Hospital. Fez análise com Abraham Arden Brill e depois Freud.

DEUTSCH, HELENE
(Polônia/EUA*1884+1982) Psiquiatra, psicanalista. Possuía um interesse pelo socialismo, tendo participado de importantes reuniões e conhecido figuras como Rosa Luxemburgo. Primeira autora a publicar sobre a psicologia da mulher. Foi analisanda de Freud, e depois de Karl Abraham. “personalidade ‘como se’”, “psicologia da mulher”.

NUNBERG, HERMANN
(Polônia/Áustria/EUA*1884+1970) Neurologista, psicanalista. Formado na clínica psiquiátrica de Burghölzli, com Bleuler, foi assistente de Jung nos experimentos associativos com palavras. Foi professor na Universidade de Cracóvia. Depois seguiu sua formação em Viena, até a emigração em 1932 para os EUA. Defendia a análise “leiga”, e também a análise didática nos institutos de formação. Interessava-se pelos aspectos curativos da análise. Foi também um dos primeiros a aderir a ideia de pulsão de morte. Foi analisando de Paul Federn. “psicose”, “bissexualidade”.

RANK, OTTO
(Áustria/França/EUA*1884+1939) Autodidata e técnico em mecânica, foi incentivado por Freud a terminar o ensino médio e fazer curso superior. Formou-se em filosofia, desenvolveu tese em literatura, tornando-se depois psicanalista. Foi o primeiro secretário, a convite de Freud, para as reuniões das quartas-feiras. Uma das figuras próximas e duradouras ao lado de Freud, teve um importante papel editorial para a psicanálise, com a Imago. Seu livro sobre o “trauma do nascimento” levou ao rompimento com a IPA, pelo que ficou marcado como uma exclusão da figura paterna da teoria. Ao fim da vida passa a dividir o tempo entre França e EUA, como terapeuta e conferencista nas principais universidades. Defendia a formação analítica para homossexuais. Não passou por uma análise. “nascimento do herói”, “duplo”, “ansiedade de separação”, “trauma do nascimento”, “pré-edípico”, “aqui e agora”.

RORSCHAC, HERMANN
(Suíça*1884+1922) Psiquiatra, psicanalista. Criou o teste projetivo que ficou conhecido com seu nome. Foi orientado por Bleuler, em Burghölzli. Juntamente com Binswanger, fundou a Sociedade Psicanalítica de Zurique. Faleceu precocemente de uma peritonite. “teste de Rorschac”.

DEUTSCH, FELIX
(Áustria/EUA*1884+1964) Médico, psicanalista. Teve uma formação artística e musical, que contribuíram bastante para seu estilo clínico, em sua relação com os aspectos formais da fala. Foi professor de medicina psicossomática na Universidade de Washington e um dos pesquisadores pioneiros na área. Foi também médico de Freud por um ano, em 1922/1923. Foi analisando de Siegfried Bernfeld. “psicossomática”.

MÜLLER, JOSINE
(Alemanha*1884+1930) Psiquiatra, psicanalista. Juntamente com a Karen Horney foi uma das primeiras mulheres médicas na Alemanha, na Universidade de Freiburg, além de fazer parte das primeiras analistas infantis. Trabalhou com crianças na Policlínica de Berlin. Foi analisanda de Karl Abraham, e depois Hanns Sachs. “feminismo e psicanálise”, “feminilidade infantil”.

SOKOLNICKA, EUGÉNIE
(Polônia/França *1884+1934) Formada em ciências biológicas, psicanalista. Introduziu o pensamento freudiano na França, na década de 20. Formou-se em Burghölzli, onde conheceu Jung. Teve um percurso profissional por Munique, Zurich, Varsóvia, Budapeste e, finalmente, Paris. Foi vice-presidente da Sociedade Psicanalítica de Paris. Realizou um trabalho analítico-pedagógico com um garoto, sendo uma das pioneiras na utilização da psicanálise com crianças. Foi analisanda de Freud e de Ferenczi. “análise infantil”.

SPIELREIN, SABINA NIKOLAYEVNA
(Rússia/Suíça*1885+1942) Médica, psiquiatra e psicanalista. Aproximou os estudos de Piaget à psicanálise, assim como vários outros campos de saber, como a teoria evolutiva. Seguindo um histórico de crises e internações (desde seus dezoito anos), internou-se no Burghölzli, tornando-se paciente de Jung, que se envolveu com ela de modo bastante desastrado. Ao melhorar tornou-se psiquiatra interna ali, sendo colega de Max Eitingon e Karl Abraham. Publicou o seminal "Destruction as the Cause of Coming Into Being", em 1912, antecipando o conceito de pulsão de morte. “linguagem e esquizofrenia”, “feminismo”, “teoria do desenvolvimento psicológico”. Foi morta, junto com as filhas, por soldados da SS na Rússia.

HORNEY, KAREN
(Alemanha/EUA*1885+1952) Médica, psicanalista. Foi uma das fundadoras do Instituto Psicanalítico de Berlin. Foi para os EUA a convite do Franz Alexander, para fugir do nazismo. Cria, assim como Adler, uma versão da psicanálise retirando a ênfase na sexualidade como fator primário. Foi analisanda de Karl Abraham e depois Hanns Sachs. “psicologia feminina”, “necessidades neuróticas”, “narcisismo como defesa”, “neo-freudianismo”, “autorrealização”.

ISAACS, SUSAN SUTHERLAND
(Inglaterra*1885+1948) Educadora, filósofa, psicóloga, psicanalista. Bastante ativa no movimento educacional inglês, além da psicanálise também estudou Piaget, que depois criticou pelo caráter experimental e afastado do ambiente natural. Sob o pseudônimo de Ursula Wise, respondia a dúvidas de pais em várias publicações sobre educação. Teve também um importante percurso acadêmico. Foi analisanda de Otto Rank e Joan Riviere. “desenvolvimento infantil”, “fantasia inconsciente”.

SCHILDER, PAUL FERDINAND
(Áustria/EUA*1886+1940) Neurofisiologista, psiquiatra, filósofo e psicanalista. Procurou aproximar a psiquiatria da psicanálise. Concebeu uma teoria original a partir dos trabalhos de Carl Wernicke (ligação somatopsíquica), Henry Head (esquema postural) e Freud (Ego corporal). Foi um dos pioneiros da psicoterapia em grupo. Era considerado um pensador singular, com algumas discordâncias em relação a conceitos estabelecidos da psicanálise. Teve influência da filosofia de Husserl e da psicologia de Karl Bühler. “imagem corporal”, “despersonalização”.

STRACHEY, JAMES BEAUMONT
(Inglaterra*1887+1967) Psicanalista, formado em letras, foi o principal tradutor de Freud para o inglês, com sua esposa Alix, e editor da “The Standard Edition of the Complete Psychologycal Works of Sigmund Freud”. Foi analisando de Freud. Escreveu o clássico artigo: “On the nature of therapeutic action in psychoanalysis” (1934). “o analista como figura externa da fantasia”, “interpretações mutativas”.