AUTORAS EM PSICANÁLISE
Psicanalistas, escritoras, médicas, filósofas, pacientes etc. e suas contribuições para o campo psicanalítico.
(Esta é uma lista colaborativa - para correções, complementos e sugestões de autores entre em contato.)
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SOKOLNICKA, EUGÉNIE
(Polônia/França *1884+1934) Formada em ciências biológicas, psicanalista. Introduziu o pensamento freudiano na França, na década de 20. Formou-se em Burghölzli, onde conheceu Jung. Teve um percurso profissional por Munique, Zurich, Varsóvia, Budapeste e, finalmente, Paris. Foi vice-presidente da Sociedade Psicanalítica de Paris. Realizou um trabalho analítico-pedagógico com um garoto, sendo uma das pioneiras na utilização da psicanálise com crianças. Foi analisanda de Freud e de Ferenczi. “análise infantil”.
SPIELREIN, SABINA NIKOLAYEVNA
(Rússia/Suíça*1885+1942) Médica, psiquiatra e psicanalista. Aproximou os estudos de Piaget à psicanálise, assim como vários outros campos de saber, como a teoria evolutiva. Seguindo um histórico de crises e internações (desde seus dezoito anos), internou-se no Burghölzli, tornando-se paciente de Jung, que se envolveu com ela de modo bastante desastrado. Ao melhorar tornou-se psiquiatra interna ali, sendo colega de Max Eitingon e Karl Abraham. Publicou o seminal "Destruction as the Cause of Coming Into Being", em 1912, antecipando o conceito de pulsão de morte. “linguagem e esquizofrenia”, “feminismo”, “teoria do desenvolvimento psicológico”. Foi morta, junto com as filhas, por soldados da SS na Rússia.
HORNEY, KAREN
(Alemanha/EUA*1885+1952) Médica, psicanalista. Foi uma das fundadoras do Instituto Psicanalítico de Berlin. Foi para os EUA a convite do Franz Alexander, para fugir do nazismo. Cria, assim como Adler, uma versão da psicanálise retirando a ênfase na sexualidade como fator primário. Foi analisanda de Karl Abraham e depois Hanns Sachs. “psicologia feminina”, “necessidades neuróticas”, “narcisismo como defesa”, “neo-freudianismo”, “autorrealização”.
ISAACS, SUSAN SUTHERLAND
(Inglaterra*1885+1948) Educadora, filósofa, psicóloga, psicanalista. Bastante ativa no movimento educacional inglês, além da psicanálise também estudou Piaget, que depois criticou pelo caráter experimental e afastado do ambiente natural. Sob o pseudônimo de Ursula Wise, respondia a dúvidas de pais em várias publicações sobre educação. Teve também um importante percurso acadêmico. Foi analisanda de Otto Rank e Joan Riviere. “desenvolvimento infantil”, “fantasia inconsciente”.
ROSS, HELEN
(EUA*1890+1978) Psicanalista, educadora e administradora. Próxima a Anna Freud, foi figura fundamental para a criação da Hampstead Clinic. Foi porta-voz da psicanálise em meios de divulgação leigos. Foi analisanda de Helene Deutsch.
BURLINGHAM, DOROTHY TRIMBLE TIFFANY
(EUA/Áustria/Inglaterra*1891+1979) Educadora, psicanalista. Seu contato com a psicanálise deu-se pela busca de tratamento para uma afecção psicossomática dermatológica de um de seus filhos. Anna atendeu seus quatro filhos, tendo sucesso na remissão do sintoma. Desenvolveu o tema da educação e análise infantil ao lado de sua companheira Anna Freud, no Hampstead Child Therapy Course and Clinic (atualmente: Anna Freud National Centre for Children and Families). Foi analisanda de Theodor Reik e depois Sigmund Freud. “deficiência visual na infância”, “guerra e infância”.
BORNSTEIN, STEFF
(Polônia/Alemanha*1891+1939) Assistente social, educadora e psicanalista. Fez sua formação em Berlin e depois Viena. Participou da formação psicanalítica na República Tcheca. Foi analisanda de Josine Mueller-Ebsen. “análise de crianças”, “inconsciente parental”.
STRACHEY-SARGENT, ALIX
(EUA/Inglaterra*1892+1973) Psicanalista, formada em letras, foi a principal tradutora de Freud para o inglês da “The Standard Edition of the Complete Psychologycal Works of Sigmund Freud”, juntamente com seu marido James Strachey. Teve um papel importante na primeira visita de Melanie Klein a Londres, cujos trabalhos também traduziu para o inglês. Foi analisanda de Freud, Karl Abraham, Edward Glover e Sylvia Payne. Fez parte do Bloomsbury Group. “motivações inconscientes da guerra”.
GREENACRE, PHYLLIS
(EUA*1894+1989) Médica, psicanalista. Trazia em seu pensamento a indissociação entre psicologia e biologia. “fetichismo e imagem corporal”, “culpa e adicção”, “desenvolvimento pré-verbal”.
LAMPL-DE GROOT, JEANNE
(Holanda*1895+1987) Psiquiatra, psicanalista. Foi próxima a Freud e Anna. Por conta do nazismo, volta à Holanda, onde funda o Instituto de Psicanálise Holandês. Foi analisanda de Freud. “sexualidade feminina”, “psicanálise como ciência”, “narcisismo”.
FREUD, ANNA
(Áustria/Inglaterra*1895+1982) Educadora e Psicanalista. Dedicou-se amplamente ao universo da psicologia infantil e da educação. Fundou, com Dorothy Burlingham e Helen Ross o Hampstead Child Therapy Course and Clinic em 1952 (atualmente: Anna Freud National Centre for Children and Families). Fez uma análise em segredo com Sigmund Freud. “defesas do Eu”.
KOCH, ADELHEID LUCY
(Alemanha/Brasil*1896+1980) Médica, psicanalista. Foi a primeira analista didata no Brasil, como parte da regulamentação da Sociedade de Psicanálise de São Paulo junto à IPA, nos moldes da Policlínica de Berlin. Foi analisanda de Otto Fenichel. “onipotência”, “sublimação”, “relações de objeto”.
JACKOBSON, EDITH
(Alemanha/EUA*1897+1978) Pediatra, psicanalista. Aproximou a teoria das relações de objeto e o modelo estrutural freudiano da segunda tópica. Interessava-se pela depressão e psicose em suas relações com o Eu e Superego. Foi analisanda de Otto Fenichel. “representação de si”, “mundo dos objetos”.
MAHLER, MARGARETH SCHOENBERGER
(Hungria/EUA*1897+1985) Médica, psiquiatra e psicanalista. Criou, com Anna Freud, o primeiro centro de tratamento psicanalítico para crianças em Viena. Foi analisanda de Helene Deutsch. “fase autística (semanas), fase simbiótica (até 5 meses), fase de separação e individuação”, “constância de objeto”, “concha autística”.
HEIMANN, PAULA
(Alemanha/Inglaterra*1899+1982) Psiquiatra e psicanalista, foi secretária de Melanie Klein, sendo também uma das autoras mais importantes em seu grupo. Alguma tensão surge com este por seu clássico artigo “Sobre a contratransferência” (1950), e mais tarde ela volta-se para o Grupo Independente. Foi analisanda de Theodor Reik e depois Melanie Klein. “contratransferência”.
MILNER, MARION BLACKETT-
(Inglaterra*1900+1998) Escritora e psicanalista. Produziu com o pseudônimo de Joanna Field, e trouxe a experiência estética como parte fundamental de sua prática psicanalítica. Foi analisanda de Sylvia Payne e Donald Winnicott. “introspecção”, “estética e psicanálise”, “hiato enquadrado”, “ilusão e formação de símbolos”, “loucura privada”, “atividade criativa espontânea”, “plasticidade do objeto”, “simbolos pré-verbais”.
LITTLE, MARGARET ISABEL
(Inglaterra*1901+1994) Médica e psicanalista. Pertencia ao Middle Group, e foi assistente clínica na Tavistock. Foi analisanda de Ella Freeman Sharpe, Marion Milner e Winnicott. Teve antes uma experiência com um analista junguiano. “contratransferência”, “silêncio”, “teoria das relações de objeto”, “psicose de transferência”.
REICH RUBINSTEIN, ANNIE
(Áustria/Hungria/EUA*1902+1971) Médica, psicanalista. Nascida “Annie Pink”, foi analisanda de Wilhelm Reich, que interrompeu o atendimento após seis meses para que se casassem; continuou sua análise com Hermann Nunberg e depois com Anna Freud. Seu trabalho é considerado uma ponte entre a psicologia do Ego e a psicologia do Self. “submissão sexual”, “desejo narcísico”, “ferida narcísica”, “o grotesco”.
BICK, ESTHER
(Polônia/Inglaterra*1902+1983) Educadora, psicóloga e psicanalista. Insatisfeita com o método experimental (tinha feito um doutorado em desenvolvimento infantil), buscou na psicanálise uma alternativa. Na guerra, trabalhou em creches para crianças evacuadas. John Bowlby a convidou para fundar o curso de psicoterapia infantil na Tavistock. Foi analisanda de Michael Balint, e depois de Melanie Klein. “método de observação mãe-bebê”, “pele psíquica”, “segunda pele”, “identidade adesiva”, “bidimensionalidade”.
DOLTO, FRANÇOISE
(França*1908+1988) Pediatra e psicanalista. Foi uma importante difusora da psicanálise infantil para o público em geral. Formou com Lacan uma parceria importante, como uma espécie de contraparte clínica sua, sem precisar seguir exatamente seus ensinos teóricos. Foi analisanda de René Laforgue. “imagem corporal”, “díade mãe-bebê”, “comunicação pelo corpo”, “a criança como um sujeito pleno”, “complexo de lagosta (perda da proteção na passagem da adolescência à vida adulta)”.