AUTORAS EM PSICANÁLISE
Psicanalistas, escritoras, médicas, filósofas, pacientes etc. e suas contribuições para o campo psicanalítico.
(Esta é uma lista colaborativa - para correções, complementos e sugestões de autores entre em contato.)
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CÄCILIE M. (baronesa VON LIEBEN, ANNA)
(Áustria*1847+1900) Paciente dos "Estudos sobre a histeria" muito cara a Freud, tendo já sido atendida por Charcot, Breuer, Chrobak e Bernheim. Freud procurou tratá-la pelo método catártico, depois de tentativas frustrantes com a hipnose. Foi sua paciente entre 1887 a 1893, com sintomas de conversão histérica, depressão, ansiedade, e finalmente uma dependência de morfina.
EMMY VON N. (baronesa MOSER, FANNY )
(Suíça*1848+1925) Levou Freud a abandonar o método pela hipnose em favor da associação livre. Foi paciente de Forel, Bleuler, Bernheim, Wetterstrand e Breuer. Foi paciente de Freud em períodos, nos anos de 1888, 1889 e 1890.
ANNA O. (PAPPENHEIM, BERTHA)
(Áustria*1859+1936) Foi paciente de Breuer de dezembro de 1880 a junho 1882. Ajudou Breuer a desenvolver o método catártico. Era, por acaso, amiga antiga de Martha Freud, com quem manteve contato após rompimento do tratamento com Breuer. Foi encaminhada por Breuer para o sanatório de Robert Binswanger (pai de Ludwig Binswanger). Tornou-se assistente social (a primeira na Alemanha), e fundou periódico e institutos. Com Breuer, cunhou as expressões "cura pela fala" e "limpeza de chaminé".
IRMA (LICHTHEIM, ANNA HAMMERSCHLAG)
(Áustria*1861+1938) Uma das pacientes preferidas de Freud, filha de seu antigo professor de religião no secundário, Samuel Hammerschlag. É a paciente do importante sonho da injeção. (Há uma certa confusão entre os pesquisadores, que antes achavam que se tratava de Emma Eckstein. Peter Gay chegou à conclusão de que o relato de Freud condensa um pouco das duas. Anna Freud relatou que se tratava de Lichtheim, que era sua madrinha).
ANDREAS-SALOMÉ, LOU
(Rússia/Alemanha*1861+1937) Escritora e psicanalista, cresceu em uma família de intelectuais. Fora aluna de Freud antes da primeira guerra, e retoma contato no início desta. Seu círculo de amizades inclui Turguenev, Tolstói, Steinberg, Rodin, Rilke, Schnitzler e Nietzsche. “sexualidade feminina”, “erotismo anal”.
TURNER, JULIA
(Inglaterra*1863+1946) Formada em artes, psicanalista. Participou do movimento das suffragettes. Fundou com Jessie Murray a Clínica Médico-Psicológica de Brunswick, em 1913, por muitos anos a referência de formação analítica em Londres. Em conformidade com o estilo da clínica, possuía um interesse por distintas teorias. Diante das pressões para tornar a instituição estritamente psicanalítica, desliga-se e forma a Psychological Aid Society que, contudo, durou apenas um ano. “auto-consciência”.
ECKSTEIN, EMMA
(Áustria*1865+1924) Escritora, tornara-se amiga da família Freud, depois de seu tratamento com este, em 1892, 1893 e 1895. Foi sujeita a uma cirurgia com Fliess, com resultados quase catastróficos – depois de realizar um procedimento, ele esqueceu uma gaze em sua cavidade nasal. O episódio está presente nas associações que Freud faz de seu sonho da “injeção de Irma”. Também a partir de seu caso que Freud chega a uma formulação mais precisa da “ação a posteriori” e da “teoria da sedução”. “devaneios”, “educação sexual e social”, “feminismo”.
ELIZABETH VON R. (WEISS, ILONA)
(Hungria*1867+1944) Paciente dos “Estudos sobre a histeria”, sem adesão à hipnose, com quem Freud aprendeu a observar a resistência na fala. Foi paciente de Freud entre 1892 e 1893.
MURRAY, JESSIE MARGARET
(Índia/Inglaterra*1867+1920) Médica, feminista e psicanalista. Participou do movimento das suffragettes. Fundou com Julia Turner a Clínica Médico-Psicológica, em 1913, por muitos anos a referência de formação analítica em Londres. De caráter multidisciplinar, recebeu soldados traumatizados da primeira guerra, assim como um público que não podia pagar por tratamentos. “analistas seculares”, “multidisciplinaridade”.
HUG-HELLMUTH, HERMINE
(Áustria*1871+1924) Trabalhou como professora infantil, depois formando-se em física. Interessou-se então pela psicanálise. Publicou um diário de grande sucesso sobre a sexualidade feminina, sob um pseudônimo. Em 1910 publicou o pioneiro artigo “Análise do sonho de um garoto de 5 anos”, ao qual se seguiram alguns outros. Foi analisanda de Isidor Sadger. Em 1920 apresentou um artigo no congresso de Hague chamado “Sobre a técnica da análise de crianças”.
LOW, BARBARA
(Inglaterra *1874+1955) Trabalhou inicialmente como professora, tornando-se depois psicanalista. Atuou bastante no início da Imago. Nas controvérsias Klein-Freud ficou ao lado de Anna e Edward Glover. Foi analisanda de Hanns Sachs, e depois de Ernst Jones. “princípio do nirvana”.
SHARPE, ELLA FREEMAN
(Inglaterra*1875+1947) Formada em letras, educadora, psicanalista. Foi inicialmente mais próxima do grupo kleiniano, depois se aproximando mais da postura do middle group. Foi analisanda de Jessie Murray, James Glover e depois Hanns Sachs. “sublimação”, “simbolismo”, “análise do sonhos”, “linguagem poética”, “figuras da linguagem”.
PAYNE, SYLVIA MAY
(Inglaterra*1880+1976) Psiquiatra, psicanalista. Serviu na primeira grande guerra recebendo distinção do Império Inglês. Foi moderadora e organizadora das controvérsias Klein-Anna Freud, e também presidente da Sociedade Britânica de Psicanálise. Teve um papel importante na manutenção das distintas perspectivas teóricas na instituição psicanalítica. Foi analisanda de Edward Glover e depois Hans Sachs. “feminilidade”.
DERI, FRANCES
(Áustria/Hungria/EUA*1880+1971) Psicóloga, socióloga e psicanalista. Liderou o Grupo de Estudos Psicanalíticos de Praga, juntamente com Otto Fenichel, Annie Reich, Theodor Dosuzkov, Heinrich Löwenfeld e Steff Bornstein, sendo também fundadora mais tarde do Grupo de Estudos de Los Angeles, com Ernst Simmel. Foi analisanda de Karl Abraham e depois Hanns Sachs. “insônia”, “sublimação”, “coprofilia”.
BONAPARTE, PRINCESA MARIE
(França*1882+1962) “Princesa George da Grécia e Dinamarca”, por casamento, era bisneta de Napoleão. Psicanalista, estudiosa de Edgar Allan Poe, amiga próxima de Freud, foi fundamental para que Freud conseguisse sair da Alemanha, e também para salvaguardar a correspondência Freud-Fliess. Buscou a psicanálise por uma questão de frigidez, que se transformou em uma pesquisa e interesse (a qual publicou com o pseudônimo de A. E. Narjani). Entediada na coroação de Elizabeth II, teve uma conversa psicanalítica com o futuro presidente francês, François Mitterrand. Foi analisanda de Freud, e foi para ela que ele formulou a famosa pergunta retórica, “O que quer uma mulher?”. “sexualidade feminina”
KLEIN, MELANIE
(Alemanha/Inglaterra*1882+1960) Por dificuldades financeiras, não pôde dar início a estudos em medicina. Iniciou Arte e História, mas não concluiu. Sofreu muitas críticas na Alemanha pela defesa da análise com crianças. É considerada uma das fundadoras da teoria das relações de objeto. Foi analisanda de Sándor Ferenczi, por recorrente depressão; depois, com Karl Abraham. “psicanálise de crianças”, “brincar no lugar da associação livre”, “Édipo primitivo”, “posições esquizo-paranoide e depressiva”, “identificação projetiva”, “fantasias inconscientes”, “inveja”, “amor e ódio como expressões da pulsão de vida e de morte”, “estados maníaco-depressivos”.
DORA (BAUER, IDA)
(Áustria/EUA*1882+1945) Paciente de Freud de outubro a dezembro 1900, é considerada o caso inaugural na recém estabelecida psicanálise, seguindo de perto os achados na Interpretação dos Sonhos. Ou seja, um tratamento da histeria que se destaca de vez dos procedimentos da hipnose e do método catártico. É um dos casos clínicos mais comentados desde sua publicação. Retoma depois um atendimento pontual com Felix Deutsch.
RIVIERE, JOAN HODGSON
(Inglaterra*1883+1962) Psicanalista, uma das primeiras e melhores tradutoras de Freud para a Standard Edition, e muitos anos do International Journal. Após conhecer Klein, tornou-se uma apoiadora importante, auxiliando também em sua escrita. Foi referência em alguns setores do movimento feminista. Foi analisanda de Ernst Jones, após um episódio de internação, e depois também de Freud. “reação terapêutica negativa” (que escreveu a partir de sua própria experiência como analisanda; também foi a paciente que levou Freud a descrever o conceito), “inveja da cena primária”.
DEUTSCH, HELENE
(Polônia/EUA*1884+1982) Psiquiatra, psicanalista. Possuía um interesse pelo socialismo, tendo participado de importantes reuniões e conhecido figuras como Rosa Luxemburgo. Primeira autora a publicar sobre a psicologia da mulher. Foi analisanda de Freud, e depois de Karl Abraham. “personalidade ‘como se’”, “psicologia da mulher”.
MÜLLER, JOSINE
(Alemanha*1884+1930) Psiquiatra, psicanalista. Juntamente com a Karen Horney foi uma das primeiras mulheres médicas na Alemanha, na Universidade de Freiburg, além de fazer parte das primeiras analistas infantis. Trabalhou com crianças na Policlínica de Berlin. Foi analisanda de Karl Abraham, e depois Hanns Sachs. “feminismo e psicanálise”, “feminilidade infantil”.