AUTORES EM PSICANÁLISE
Psicanalistas, escritores, médicos, filósofos, pacientes etc. e suas contribuições para o campo psicanalítico.
(Esta é uma lista colaborativa - para correções, complementos e sugestões de autores entre em contato.)
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ABRAHAM, KARL
(Alemanha*1877+1925) Psiquiatra, Psicanalista, estudou com o grupo de Eugen Bleuler, no Burghölzli Swiss Mental Hospital, antes de se aproximar de Freud. Foi presidente da IPA por vários anos. Foi um amigo estável de Freud, e era considerado um excelente clínico. Morreu precocemente de câncer do pulmão. “estados maníaco-depressivos”, “fases do desenvolvimento libidinal e psicopatologia”, “simbolismo”.
BÜHLER, KARL LUDWIG
(Alemanha/ EUA*1879+1963) Psicólogo, linguista. Fez pesquisas em Gestalt, e participou da escola de Würzburg de psicologia (de um aluno de Wundt, mas que se opunha à restrição deste quanto ao método introspectivo). “processos de pensamento”, “pensamento abstrato”.
KLEIN, MELANIE
(Alemanha/Inglaterra*1882+1960) Por dificuldades financeiras, não pôde dar início a estudos em medicina. Iniciou Arte e História, mas não concluiu. Sofreu muitas críticas na Alemanha pela defesa da análise com crianças. É considerada uma das fundadoras da teoria das relações de objeto. Foi analisanda de Sándor Ferenczi, por recorrente depressão; depois, com Karl Abraham. “psicanálise de crianças”, “brincar no lugar da associação livre”, “Édipo primitivo”, “posições esquizo-paranoide e depressiva”, “identificação projetiva”, “fantasias inconscientes”, “inveja”, “amor e ódio como expressões da pulsão de vida e de morte”, “estados maníaco-depressivos”.
SIMMEL, ERNST
(Alemanha/EUA*1882+1947) Neurologista e psicanalista. É considerado pioneiro em medicina social, tendo um papel importante no Instituto Psicanalítico de Berlin, com Abraham e Eitingon. Durante a primeira grande guerra, aplicou por conta própria técnicas psicanalíticas no hospital de Posen, para pacientes com neurose de guerra. Seu trabalho chamou a atenção de Freud, que o cita em Psicologia de Grupos e Análise do Eu. Participou de uma importante publicação sobre antissemitismo com outros intelectuais da crítica socialista. Foi analisando de Karl Abraham. “neuroses de guerra”, “adição a jogos”, “introjetos”, “pulsão de morte”, “alcoolismo”.
MÜLLER, JOSINE
(Alemanha*1884+1930) Psiquiatra, psicanalista. Juntamente com a Karen Horney foi uma das primeiras mulheres médicas na Alemanha, na Universidade de Freiburg, além de fazer parte das primeiras analistas infantis. Trabalhou com crianças na Policlínica de Berlin. Foi analisanda de Karl Abraham, e depois Hanns Sachs. “feminismo e psicanálise”, “feminilidade infantil”.
HORNEY, KAREN
(Alemanha/EUA*1885+1952) Médica, psicanalista. Foi uma das fundadoras do Instituto Psicanalítico de Berlin. Foi para os EUA a convite do Franz Alexander, para fugir do nazismo. Cria, assim como Adler, uma versão da psicanálise retirando a ênfase na sexualidade como fator primário. Foi analisanda de Karl Abraham e depois Hanns Sachs. “psicologia feminina”, “necessidades neuróticas”, “narcisismo como defesa”, “neo-freudianismo”, “autorrealização”.
REIK, THEODOR
(Alemanha/EUA*1888+1969) Psicólogo e Psicanalista, seus estudos e formação contaram com a ajuda pessoal de Freud. Em Viena, foi um dos pivôs da polêmica sobre a “análise leiga”, proibida por decreto em 1925, sendo no ano seguinte processado por um ex-paciente. Já nos EUA, foi figura fundamental na flexibilização do monopólio médico, e os institutos de formação passaram a aceitar psicólogos e assistentes sociais. Foi analisando de Karl Abraham. “surpresa”, “escuta analítica”, “terceiro ouvido”.
HEIDEGGER, MARTIN
(Alemanha*1889+1976) Filósofo, escritor. Um dos filósofos mais importantes do século XX na tradição continental e na hermenêutica filosófica. É uma figura de interlocução para o existencialismo e o desconstrucionismo. Estudou e foi assistente de Edmund Husserl, sendo um dos continuadores de seu pensamento, apesar de um afastamento e discordância posterior entre eles. Teve uma participação ativa no governo nazista, tornando-se reitor da Universidade de Freiburg, antes de desistir do cargo. Seu pensamento atraiu diversos psiquiatras e psicanalistas ao longo da história, como Medard Boss, Binswanger, Lacan, Pierre Fédida, Hans Loewald e Robert Storolow, entre outros. “possibilidade-de-ser”, “dasein”, “morada na linguagem”, “tempo”, “ontologia”.
BORNSTEIN, STEFF
(Polônia/Alemanha*1891+1939) Assistente social, educadora e psicanalista. Fez sua formação em Berlin e depois Viena. Participou da formação psicanalítica na República Tcheca. Foi analisanda de Josine Mueller-Ebsen. “análise de crianças”, “inconsciente parental”.
FLIESS, WILHELM ROBERT
(Alemanha/EUA*1895+1970) Médico, psicanalista. Filho de Wilhelm Fliess. “eu corporal”, “metapsicologia da contratransferência”, “austismo”, “narcisismo refratário”.
KOCH, ADELHEID LUCY
(Alemanha/Brasil*1896+1980) Médica, psicanalista. Foi a primeira analista didata no Brasil, como parte da regulamentação da Sociedade de Psicanálise de São Paulo junto à IPA, nos moldes da Policlínica de Berlin. Foi analisanda de Otto Fenichel. “onipotência”, “sublimação”, “relações de objeto”.
JACKOBSON, EDITH
(Alemanha/EUA*1897+1978) Pediatra, psicanalista. Aproximou a teoria das relações de objeto e o modelo estrutural freudiano da segunda tópica. Interessava-se pela depressão e psicose em suas relações com o Eu e Superego. Foi analisanda de Otto Fenichel. “representação de si”, “mundo dos objetos”.
HEIMANN, PAULA
(Alemanha/Inglaterra*1899+1982) Psiquiatra e psicanalista, foi secretária de Melanie Klein, sendo também uma das autoras mais importantes em seu grupo. Alguma tensão surge com este por seu clássico artigo “Sobre a contratransferência” (1950), e mais tarde ela volta-se para o Grupo Independente. Foi analisanda de Theodor Reik e depois Melanie Klein. “contratransferência”.
FROMM, ERICH SELIGMANN
(Alemanha/EUA*1900+1980) Psicólogo, sociólogo e psicanalista. Pensador das relações entre psicologia e cultura, associa-se à tradição do pensamento crítico da Escola de Frankfurt, associado ao Instituto de Pesquisa Social. Depois de sua imigração, após o domínio nazista, nos EUA é identificado ao movimento “neo-freodiano”, junto a Karen Horney e Harry Stack Sullivan, enfatizando os aspectos sociais em oposição aos biológicos na metapsicologia psicanalítica. “teoria crítica”, “escola de Frankfurt”, “biofilia”, “senso de identidade”, “orientações da personalidade”.
LÖWENFELD, HEINRICH JULIUS
(Alemanha/República Tcheca/EUA*1900+1985) Médico, psicanalista. Participou do Grupo de Estudos de Praga. Emigrou por fim aos EUA, pela perseguição nazista, sendo uma figura marcada por suas participações políticas. “psicologia do fascismo”.
ERIKSON, ERIK HOMBURGER
(Alemanha/EUA*1902+1994) Professor de artes, psicanalista. Após uma passagem como professor de artes na Escola para Crianças Burlingham-Rosenfeld, Anna Freud sugeriu que ele fizesse uma formação psicanalítica. Também se formou como educador no método Montessori. Fez aproximações da psicanálise com a antropologia, e recebeu um Prêmio Pulitzer a partir de seu trabalho sobre Gandhi. Foi analisando de Anna Freud. “crise de identidade”, “autonomia”, “9 estágios do desenvolvimento psicossocial”.
LOEWALD, HANS WALTER
(Alemanha/EUA*1906+1993) Psiquiatra, psicanalista. Estudou filosofia com Heidegger, cuja teoria sobre a linguagem lhe deixou uma forte marca. Loewald aproxima as expressões verbais e pré-verbais como expressões sensórias, criando uma concepção própria de representação. “integração”.
ROSENFELD, HERBERT ALEXANDER
(Alemanha/Inglaterra*1910+1986) Médico, psicanalista. Importante figura no grupo kleiniano, produziu estudos importantes no tema da psicose e da identificação projetiva. Foi analisando de Melanie Klein. “confusão (como um estado entre integração e cisão)”, “despersonalização”, “narcisismo destrutivo”, “impasse”, “estados psicóticos”.
WALLERSTEIN, ROBERT S.
(Alemanha/EUA*1921+2014) Foi presidente da IPA. Procurou aproximar psicanálise e psicoterapia, dentro de um viés mais científico. Lançou uma importante discussão (tendo André Green como principal interlocutor) sobre as bases comuns objetivas da psicanálise. “common ground”.